Vida
Jornalismo
Ao lado da boêmia,
havia o ganha-pão. No caso, o jornalismo. Logo à
chegada do Rio, Sérgio entrou para o Rio-Jornal, levado
pelo colega da faculdade, José Maria Lopes Cansado. Lá,
redigia crônicas, fazia entrevistas. No "O Jornal", em
fase de Renato Lopes, saíram dois artigos seus.
Colaborou também na "Idéia
Ilustrada", revista sustentada pela "Eqüitativa de Seguros" e dirigida
por Cláudio Ganns e Américo Facó. Foi este amigo quem
apresentou Sérgio na Agência Havas. Aí, aconteceu o
pitoresco episódio de sua prisão no Palácio do Catete,
em dias da Revolução de 1924, confundido com outro funcionário
da Havas, anarquista mal-amado nas hostes do Bernardes. Na manhã
seguinte, apareceu, na Polícia, para soltá-lo, metade da
turma do Bar Nacional.
Mais tarde, Sérgio passou
para a United Press. Tornou-se, então, amigo de Múcio Leão
e Austregésilo de Ataíde.
Ao mesmo tempo, colaborava no "O
Jornal" dirigido por Chateaubriand, com Rodrigo M. F. de Andrade na presidência
da Sociedade Anônima. Nessa época é que travou relações
de amizade e interesse cultural com Alceu Amoroso Lima, o Tristão
de Athayde da crítica literária.
Sempre à serviço do
"O Jornal" esteve em Minas e daí nasceu a amizade com Pedro Nava,
Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura e João Alphonsus.
Englobando toda a década
de 20, surge na vida de Sérgio a pessoa de Rodrigo M.
F. de Andrade. Sérgio não lembrava o dia exato
em que o conheceu, mas foi nos seus primeiros tempos de Rio.
De conhecidos a amigos, de amigos a amicíssimos, a evolução
foi rápida e a duração longa. Quase 50
anos de amor. Rodrigo foi sempre o confidente, o assistente.
Levado por aquele senso de responsabilidade, continha
a própria soltura mental e constituía-se em elemento
ponderador diante do que chamava a "insensatez de Sérgio".
Hospitaleiro como poucos, cultivava os amigos em seu escritório
de advocacia (seu e do tio João de Mello Franco), em
sua casa de solteiro com D. Naná e Vera, na rua, no jornal,
no Lamas, no Bar Nacional. Depois de casado, sua casa e de Graciema
foi, talvez, o melhor ponto de encontro da turma, onde cada
amigo era acolhido com carinho particular.
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