Pesquisa

Neste eixo da mostra virtual apresentamos alguns dos inúmeros projetos de pesquisa na área de meio ambiente e sustentabilidade desenvolvidos pela Unicamp, muitos deles em parceria com outras instituições, por meio de convênios e apoios de órgãos financiadores. Nas primeiras décadas da Universidade, o foco principal era a transição energética brasileira, por conta da Crise Mundial do Petróleo e o potencial do país no cultivo de matérias-primas para fontes renováveis de energia. O território, ensolarado e repleto de canaviais, poderia ter um horizonte menos poluído e com uma economia sustentável. Por isso, na Unicamp, os temas de energia solar, hidrogênio como vetor energético e biomassa constituíam os pilares de pesquisas ambientais desde a década de 1970, conforme o próprio reitor e fundador da Unicamp, Zeferino Vaz, evidenciou em seu relatório de gestão, datado de 1976.

As mudanças climáticas, especificamente, assumem um papel protagonista no início dos anos 2000. Com base nos documentos do acervo do AC/SIARQ, o possível “gatilho” pode ter sido em 1997, com o processo de reconhecimento do Protocolo de Kyoto, marco internacional no combate ao aquecimento global. Países de todo o mundo assinaram um acordo para controlar o aquecimento global e seus impactos. Estudos apontaram que as consequências das mudanças climáticas no Brasil não se limitam apenas ao setor agrícola, mas afetam também a saúde pública, saneamento e áreas urbanizadas. Dez anos depois, um novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o quarto de uma série de avaliações sobre o assunto, afirmou que a principal causa das mudanças climáticas é a atividade humana. Ações focadas na redução das emissões de gases de efeito estufa e adaptação às mudanças climáticas passaram, definitivamente, a ocupar a agenda científica e política do país.

 


post3 Calourada arte 29fevNa infância da Unicamp, o foco nos biocombustíveis e na energia solar

Nos primeiros anos de seu funcionamento, as principais ações que a Unicamp tomou no âmbito da pesquisa tem ligação com a temática da transição energética e seus impactos na sociedade. 

Um exemplo remonta ao ano de 1973, que foi marcado pela primeira crise do petróleo em âmbito mundial. Conflitos geopolíticos elevaram significativamente o preço dos barris. Embora a discussão ainda não se pautasse nas estratégias de mitigação dos gases de efeito estufa, estava posta a necessidade de buscar outras alternativas de energia.  O etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar, era considerado o combustível brasileiro do futuro. A Universidade, por meio de laboratórios e do Centro de Tecnologia (CT), realizava contínuos estudos e adaptação de motores movidos a gasolina para o funcionamento eficiente com álcool puro. A redução da poluição estava entre os estímulos aos pesquisadores na empreitada, apoiada pelo reitor Zeferino Vaz. 

 

 

 


post2 Calourada arte 26fev

Inauguração de Laboratório de Energia Solar

No escopo das pesquisas focadas na transição energética, podemos destacar o interesse no uso das fontes renováveis. Por meio de um convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Unicamp instalou em 1974, no âmbito da Faculdade de Engenharia de Campinas, um laboratório de energia solar, voltado à agricultura. Secadores de grãos seriam os primeiros passos para o armazenamento de energia solar. Em notícia do jornal Correio Popular daquele ano, “o protótipo será instalado em uma superfície que absorve a luz do sol por meio de placas protetoras de plástico ou vidro”. A energia solar, de acordo com os pesquisadores, permitiria maior aproveitamento da produção de alimentos.

 

 

 

 

 


post1 Calourada arte 22fev

Produção experimental do “Grupo de Conversão Fotovoltaica da Unicamp”

A energia solar como alternativa energética para o país estava no centro da agenda acadêmica no início da década de 1980. Buscava-se, prioritariamente, baratear o custo dessa fonte de energia. Em 1982, pesquisadores do Laboratório de Conversão Fotovoltaica do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) anunciavam o desenvolvimento de células solares a partir de silício amorfo hidrogenado, através de um equipamento de conversão. Em tempos de amplo investimento de países como Estados Unidos e Japão na área fotovoltaica, a iniciativa da Unicamp foi pioneira entre países em desenvolvimento.

 

 

 

 

 

 


MC livraria textoPesquisas com foco em alcoolquímica

Pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp apostavam no álcool, produzido em grande escala no Brasil, para reorientar a indústria química, em substituição ao petróleo. Um dos projetos focava na obtenção de etileno glicol, por meio do etanol. Desenvolvimento de catalisadores também estavam no escopo de pesquisa, uma vez que tornaram as reações mais eficientes. Leia a reportagem completa.

 

 

 

 

 

 

 


post3 Calourada arte 29fevDaniel Hogan e o foco em pesquisas sobre mudanças climáticas e urbanização

Especialista na área de humanidades voltadas para a avaliação dos impactos das alterações climáticas, Daniel Hogan  abordava desafios nas regiões urbanas e suas populações. Coordenou o projeto Megacidades, apoiado pelo Programa Fapesp de Mudanças Climáticas Globais. Demógrafo vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), atuou no Núcleo de Estudos e Pesquisas de População (NEPO) e Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM).

 

 

 

 

 

 

 


post2 Calourada arte 26fev

O hidrogênio como fonte de energia

Inovações na produção de hidrogênio a partir de fontes renováveis abrem a possibilidade de cooperações multidisciplinares. Em 1975, nasceram na Unicamp as primeiras iniciativas brasileiras de pesquisa sobre o potencial do hidrogênio como combustível, a partir da fundação do Laboratório de Hidrogênio (LH2) no Instituto de Física Gleb Wataghin.

Em 2003, a equipe anunciava a conclusão de um protótipo de reformador de etanol para a produção de hidrogênio. O equipamento tem como objetivo substituir geradores movidos a diesel e paineis fotovoltaicos e, no futuro, automóveis. A tecnologia não polui e usa matéria-prima renovável e nacional. Leia a reportagem completa.

 

 

 

 

 


post1 Calourada arte 22fev

Mapeamento da lavoura

O programa Zoneamento de Riscos Climáticos, voltado ao desenvolvimento da agricultura brasileira, estava sob a responsabilidade técnica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri). Acompanhar as mudanças climáticas e antecipar a previsibilidade de eventos extremos aos produtores rurais foram os objetivos das ferramentas de mapeamento, que teve início em 1996 com o suporte de vinte centros brasileiros de pesquisa. Entre os resultados, apresentados pelo professor Hilton Silveira Pinto (Cepagri) em 2003 ao Jornal da Unicamp, estavam, por exemplo, o uso de variedades mais adequadas, aumento de produtividade em 20% e economia de recursos para o seguro rural. Leia a reportagem completa.

 

 

 

 

 


MC livraria textoEstudo antevê impactos do efeito estufa

Em um cenário mais alarmante do aquecimento global, o impacto na produtividade e na qualidade das culturas agrícolas brasileiras era preocupante. O café, por exemplo, seria eliminado da região Sudeste em um prazo de cinquenta a cem anos. Esse e outros dois cenários sobre as consequências das mudanças climáticas foram apresentados, também em 2003, em uma pesquisa realizada pelo Cepagri e pela Embrapa. O alerta voltou-se às autoridades públicas e à comunidade científica. Também foram utilizados os prognósticos do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), caso medidas mundiais não fossem tomadas em relação à progressão do efeito estufa.

 

 

 

 

 

 


MC livraria textoProjeto mapeia impactos de mudanças climáticas no Rio e em São Paulo

Um projeto do Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), identificou nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro os lugares mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. Espaços como Lagoa Rodrigo de Freitas, Baías de Guanabara e de Sepetiba, leitos do rio Tietê e Pinheiros foram apontados como os mais críticos das duas maiores metrópoles do país. Os estudos, com base em modelagem, foram coordenados pelo professor Daniel Hogan e pelo professor Carlos Nobre, do Inpe. A elevação da temperatura foi evidente no aumento das ocorrências de eventos extremos, como inundações, enchentes e desmoronamentos. Os pesquisadores foram enfáticos ao dizerem que os governos das cidades não estavam preparados para enfrentar as consequências em curto prazo. No entanto, ponderaram que os modelos usados na pesquisa adotaram uma escala global, com dificuldade na precisão de dados para regiões específicas, fator desafiador para os estudiosos do clima. Em nível nacional, previsões de redução 40% da cobertura florestal na Amazônia, desertificação de áreas do Nordeste e consequentes perdas na agricultura e no pastoreio na região. A preocupação central dos pesquisadores, após a compilação das informações,  foi analisar  como elas teriam repercussão na dinâmica da vida em sociedade e na construção das cidades.